@article{Ouakrat_2020, title={Négocier la dépendance ? Google, la presse et le droit voisin}, volume={9}, url={https://revue.surlejournalisme.com/slj/article/view/417}, DOI={10.25200/SLJ.v9.n1.2020.417}, abstractNote={<p>FR. La relation entre les éditeurs de presse et Google peut être qualifiée de dépendance mutuelle, bien qu’elle s’inscrive dans un rapport de force asymétrique. Cette dépendance est à la fois économique et éditoriale. Google participe avec ses services à mettre en forme la façon dont l’actualité est rendue visible aux publics. À travers une régulation par le code, il structure aussi la manière dont les éditeurs balisent leurs contenus et les véhiculent. De plus, il finance une initiative liée à l’innovation dans le journalisme numérique dont plusieurs éditeurs de presse ont déjà bénéficié. Ces derniers contestent cependant le partage de la valeur lié à l’exploitation de leurs contenus numériques. Le nouveau droit voisin vise à remédier, par le droit de la propriété intellectuelle, au déséquilibre économique dans la distribution des revenus publicitaires entre les plateformes et les éditeurs de presse. En échange d’une autorisation d’exploitation des contenus, les plateformes doivent rémunérer les éditeurs de presse, marquant ainsi le passage d’une exploitation de fait à une exploitation de droit. À travers l’affaire du droit voisin, nous observons l’ajustement dynamique des modalités de régulation des plateformes, conduisant l’État à accorder à celles-ci le rôle de partie prenante dans la régulation. Pour cela, nous revenons sur deux faits qui ont suivi l’entrée en vigueur de la loi : la modification des règles d’affichage des contenus sur les services de Google et la décision provisoire de l’Autorité de la Concurrence. Si Google a cherché à échapper à la négociation collective et à la rémunération des éditeurs prévues par le droit voisin, la décision prononcée par l’Autorité l’oblige à négocier avec les éditeurs. Un compromis reste à établir et un arrangement institutionnel à trouver entre l’État, les éditeurs et les plateformes afin de négocier une dépendance acceptable.</p> <p>***</p> <p>EN. The relationship between press publishers and Google can be described as interdependent and asymmetrical. This interdependence is both economic and editorial. With its services, Google participates in shaping how news is made visible to the public, and through regulation by algorithms, it also structures the way publishers tag their content and convey it. Moreover, Google is funding an initiative targetting innovation in online journalism from which several press publishers have already benefited. However, these press publishers also contest how the value linked to the exploitation of their online content is shared. The new neighboring rights legistaltion aims to find a solution, through intellectual property laws, to the economic imbalance in the distribution of advertising revenues between platforms and press publishers; in exchange for an authorization to exploit content, platforms would pay press publishers, thus marking the transition from de facto exploitation to legal exploitation. With neighboring rights, a dynamic adjustment of the methods of regulating platforms is taking place, which has lead the French government to afford them a role of stakeholder in regulation. In this context, we analyze two events that followed the enactment of the neighboring rights legislation: the modification of the rules for the display of content on Google services and the provisional decision of the French Competition Authority (l’Autorité de la Concurrence). If Google has sought to evade collective bargaining and the remuneration of publishers provided for by neighboring rights legislation, the decision pronounced by the Authority compels the company to negotiate with publishers. A compromise remains to be established and an institutional arrangement to be found between the French government, publishers and platforms to negotiate an acceptable interdependence.</p> <p>***</p> <p>PT. A relação entre os editores de jornais e a Google pode ser qualificada como de dependência mútua, ainda que assimétrica. Trata-se de uma dependência tanto econômica quanto editorial. A Google interfere com seus serviços no modo como as notícias se tornam visíveis para o público. Por meio de uma regulação pelo código, também estrutura a forma como os editores delimitam seu conteúdo e o transmitem. Além disso, a Google tem patrocinado uma iniciativa de inovação no jornalismo digital, da qual vários editores de jornais já se beneficiaram. Entretanto, esses editores têm contestado o compartilhamento do valor associado à exploração de seus conteúdos digitais. O novo direito conexo visa compensar, recorrendo ao direito de propriedade intelectual, o desequilíbrio econômico na distribuição das receitas publicitárias entre plataformas e jornais. Em troca de uma autorização de exploração de conteúdo, as plataformas devem remunerar os editores de imprensa, marcando assim a transição da exploração de fato para a exploração de jure. O caso dos direitos vizinhos revela como o ajuste dinâmico das modalidades regulatórias das plataformas leva o Estado a lhes outorgar o papel de parte interessada na regulação. Para tanto, focamos em dois fatos que acompanharam a entrada em vigor da lei: a modificação das regras de exibição de conteúdo nos serviços da Google e a decisão provisória da Autoridade da Concorrência. A Google buscou evitar a negociação coletiva e a remuneração dos editores prevista pela lei conexa, mas a decisão proferida pela Autoridade obrigou o grupo a negociar com os editores. Não se chegou ainda a nenhum acordo, nem arranjo institucional entre o Estado, os editores e as plataformas quanto a uma dependência aceitável.</p> <p>***</p>}, number={1}, journal={Sur le journalisme, About journalism, Sobre jornalismo}, author={Ouakrat, Alan}, year={2020}, month={juin}, pages={44–57} }