TY - JOUR AU - Mont'Alverne, Camila PY - 2017/01/05 Y2 - 2024/03/29 TI - Disputa política, neutralidade de rede e direitos dos usuários: A cobertura sobre a votação do Marco Civil da Internet JF - Sur le journalisme, About journalism, Sobre jornalismo JA - slj VL - 5 IS - 2 SE - Varia DO - UR - https://revue.surlejournalisme.com/slj/article/view/162 SP - 134-151 AB - <ul><li>O objetivo do trabalho é entender como os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo retrataram, em seus editoriais, a controvérsia cercando a votação do Marco Civil da Internet na Câmara dos Deputados. A ideia é compreender, não somente, como os periódicos viam o projeto de lei, mas também como se posicionavam na discussão, que ia além do Marco Civil e envolvia disputas entre governo e base aliada. O artigo tem, por método, análise de conteúdo aliada à identificação dos enquadramentos – a partir do conceito de Robert Entman – presentes nos textos. Foram identificados 7 enquadramentos no material: divergências entre o governo e a base aliada; defesa da neutralidade de rede; articulação dos oponentes à aprovação do Marco Civil; brechas no projeto; mobilização em favor da aprovação; questionamento sobre a qualidade do serviço prestado pelas teles; e crítica à exigência de data centers instalados no Brasil. A fim de examinar o conteúdo dos textos, os frames foram analisados qualitativamente. Foram observadas, ainda, as personagens e instituições citadas pelos editoriais. Os resultados apontam para a priorização do conflito entre a Presidência e a base aliada na cobertura. Também são abordadas questões de cunho substancial, como brechas no projeto e a defesa da neutralidade de rede. Os jornais adotam uma posição ambígua em relação ao Marco Civil. Ao mesmo tempo em que apoiam o projeto, destacam problemas e interesses diversos que comprometem a lei, além das brechas que ela poderia ter. No caso dos editoriais sobre o Marco Civil, os periódicos não somente oferecem uma interpretação ao leitor, mas procuram apresentar-se como guardiões da audiência, enquanto defendem seus próprios interesses.</li></ul><p>&nbsp;</p><ul><li>This study aims to understand how two newspapers, O Estado de S. Paulo and Folha de S. Paulo, portrayed in their editorials the controversy surrounding the vote in the Brazilian Chamber of Deputies on the Marco Civil da Internet (a bill regulating Internet services). The goal is to study not only the newspapers’ opinions about the bill, but also their positions on issues beyond the Marco Civil involving conflicts between the government and the deputies of the coalition government. Adopting Robert Entman’s approach, the study proposes a content analysis of the framing of the debates. In all, seven frames were identified in the coverage of the debates: disagreements between the government and its allies; defense of Net neutrality; opposition to the bill; shortcomings of the bill; mobilization in favor of the bill; questions about the quality of service provided by telecom companies; and criticism of the existence of Brazilian data centers. In order to examine the editorials’ content, the frames were analyzed qualitatively, along with the actors and institutions referred to in the editorials. Analysis shows on the one hand that the coverage prioritized the conflicts between the president and the coalition, and on the other, that the arguments focused on the gaps in the bill and the defense of Net neutrality. The newspapers hold ambiguous positions on the Marco Civil—they both support the bill, and highlight the problems and interests which undermine the bill. With these editorials on the Marco Civil, the newspapers offer an interpretation to their readership, all the while trying to maintain the appearance of protectors of public interest and still defending their own interests as businesses producing online content.</li></ul><p>&nbsp;</p><ul><li>Ce travail essaie de comprendre comment les journaux O Estado de S. Paulo et Folha de S. Paulo ont dépeint, dans leurs éditoriaux, la controverse autour du vote sur le Marco Civil da Internet (une loi réglementant les services Internet) à la Chambre des députés brésiliens. L’idée est de comprendre non seulement l’opinion des périodiques au sujet du projet de loi, mais aussi leurs positionnements dans un débat qui dépassait le cadre strict du Marco Civil, et touchait aux conflits entre le gouvernement et les députés de la coalition gouvernementale. En suivant l’approche de Robert Entman, le texte propose une analyse de contenu sur le framing (cadrage) des débats. Les résultats montrent sept cadrages identifiés dans la couverture des débats : les désaccords entre le gouvernement et ses alliés ; la défense de la neutralité du réseau ; l’opposition à l’approbation du Marco Civil ; les lacunes dans le projet ; la mobilisation en faveur de l’approbation ; les questions sur la qualité du service fourni par les opérateurs télécoms ; et la critique de l’existence des data centers installés au Brésil. Afin d’examiner le contenu des textes, les cadrages ont été analysés qualitativement, tout comme les personnages et les institutions cités par les éditoriaux. Les résultats montrent d’une part, que la couverture est davantage centrée sur le conflit entre la présidence et la coalition et d’autre part, que le débat se focalisait aussi sur les lacunes du projet de loi et la défense de la neutralité du réseau. Les quotidiens ont adopté une position ambiguë sur le Marco Civil. D’une part, ils soutiennent le projet, de l’autre ils mettent en évidence les problèmes et les intérêts qui nuisent à la loi, au-delà des lacunes qu’il pourrait avoir. Dans le cas des éditoriaux sur le Marco Civil, les journaux offrent non seulement une interprétation pour le lecteur, mais cherchent à se présenter comme des protecteurs des intérêts du public, tout en défendant leurs propres intérêts d’entreprises productrices de contenus en ligne.</li></ul> ER -