TY - JOUR AU - Oliveira, Madalena AU - Oliveira Paulino, Fernando PY - 2017/12/14 Y2 - 2024/03/29 TI - Serviço Público de Média em Portugal e no Brasil: Problemas e desafios da pesquisa comparada JF - Sur le journalisme, About journalism, Sobre jornalismo JA - slj VL - 6 IS - 2 SE - Volume 6, numéro 2 DO - 10.25200/SLJ.v6.n2.2017.317 UR - https://revue.surlejournalisme.com/slj/article/view/317 SP - 56-67 AB - <div class="page" title="Page 11"><div class="layoutArea"><div class="column"><p>O desenvolvimento dos estudos de comunicação numa lógica de internacionali- zação do conhecimento científico tem motivado a realização cada vez mais regular de pesquisas comparadas. A aproximação de Portugal e do Brasil em termos académicos não é alheia a este fenómeno, sendo hoje já bastante numerosos os trabalhos científicos que procuram estabelecer paralelismos entre os dois lados do Atlântico. Do ponto de vista epistemológico, não obstante a partilha de uma língua comum – o Português –, este investimento comparativo representa um conjunto de desafios teóricos e empíricos, que implicam compreender contextos culturais e tradições sociais e políticas. Tomando como pretexto uma pesquisa sobre o serviço público de média nos dois países, este artigo tem como objetivo discutir os problemas conceptuais e empíricos suscitados pelo recurso ao método comparativo. O que significa comparar para efeitos de investigação? Porquê comparar? Que implicações interculturais tem a investigação comparativa? Estas são algumas das interrogações a que este texto procura dar resposta. Do ponto de vista metodológico, confrontam-se neste trabalho diferentes designações e conceitos (como serviço público de média e comunicação pública) e problematiza-se a raiz cultural de diferenças idiomáticas que justificam diferenças conceptuais de substancial significado. Considerando as tradições em que se inscrevem os dois países – Portugal numa tradição europeia, marcada por uma longa intervenção do Estado no setor da rádio e da televisão; e o Brasil numa tradição ame- ricana, de cariz mais liberal, onde a rádio e a televisão se desenvolveram mais por iniciativa dos privados do que do Estado –, procura-se compreender historicamente a origem e a pertinência do sistema público de comunicação. Com recurso a entrevistas a atores-chave das empresas e a análise documental, conclui-se que os diferentes estádios de desenvolvi- mento e, concomitantemente, as diferentes prioridades de ação constituem uma barreira à definição de categorias comparativas, mas também uma oportunidade para a construção de equivalência, tanto cultural quanto científica.</p></div></div></div> ER -