Correspondente no Brasil. Origens da atividade nas décadas de 1870 e 1880
DOI :
https://doi.org/10.25200/SLJ.v5.n1.2016.247Mots-clés :
Journalism, CorrespondentsRésumé
- O artigo tem por objetivo discutir os novos contornos assumidos pela figura do correspondente a partir do último quarto do século XIX, momento em que os impactos das inovações técnicas no campo dos transportes e das comunicações fizeram-se sentir na prática jornalística vigente no Brasil. Graças às ágeis notas telegráficas, a circulação e difusão da informação alteraram-se e impuseram novos padrões para os jornais, que se organizavam, sobretudo no Rio de Janeiro e em São Paulo, como empresas. Foi nesse contexto que a figura do correspondente começou a ganhar importância, ainda que o termo recobrisse situações muito distintas, que podiam comportar desde um contrato de trabalho com tarefas claramente delineadas até relações marcadas pela informalidade, conforme se evidencia ao longo do texto. Esses indivíduos são encarados como importantes elementos de ligação entre culturas, mediadores que transitavam por diferentes fronteiras e as interconectavam, já imersos numa cultura midiática plenamente configurada. Assim, não apenas davam a conhecer as últimas novidades, completavam e interpretavam os telegramas remetidos pelas agências de notícias, mas também assumiam o papel de formadores de opinião, tradutores de realidades e situações, difusores de gostos, modos de vida, propostas estéticas e políticas. Esses aspectos são analisados de forma detida para o matutino Gazeta de Notícias, marco do novo jornalismo que se firmava e cujos proprietários desenvolveram estratégias para contar com representantes nas principais cidades europeias. As ambiguidades que envolviam a condição de correspondente, as expectativas em torno do exercício desta atividade e as dificuldades e oportunidades que ofereciam aos que nela se aventuravam são discutidas a partir do exemplo de Mariano Pina, correspondente da Gazeta em Paris entre 1882-1886. Polemista e cronista relativamente modesto, a chance de se instalar em Paris abriu-lhe um rol diversificado de oportunidades, ainda mais multiplicadas pela tarefa de editar publicação concebida e financiada por um dos proprietários do jornal que o contratou como correspondente.
- This paper discusses the transformation in the station of the correspondent in the last quarter of the nineteenth century when technical innovations in transportation and communications were impacting journalistic practice in Brazil. Thanks to the quasi-instantaneity of the telegraph, the circulation and dissemination of information changed and imposed new standards on newspapers, which, especially in Rio de Janeiro and Sao Paulo, were consolidating into enterprises. It was in this context that the stature of the correspondent grew in importance, even though the term remained broad and could reference a labour contract with clearly delineated tasks as much as an informal relationship (as evidenced throughout this study). These individuals were considered important connecting elements between cultures—mediators capable of passing through borders and connecting them, themselves members of a media culture especially configured to perform the role. Thus, they not only published the latest news and completed and interpreted the telegrams sent by news agencies, but also assumed the role of opinion shapers; translators of realities and situations; and broadcasters of lifestyle, aesthetic and political news. These aspects are analyzed in the context of the newspaper Gazeta de Notícias, a symbol of the new journalism of the times and whose owners developed strategies to have representatives in key European cities. The ambiguities involving the position of correspondent, the expectations surrounding the exercise of this activity and the difficulties and opportunities offered to those who undertook it are discussed in the context of the study of Mariano Pina, Gazeta correspondent in Paris between 1882-1886. Originally a relatively modest chronicler and polemicist, the chance to settle in Paris opened many doors for him, including the task of editing a publication conceived and financed by one of the newspaper owners who hired him as a correspondent.
- Cet submission analyse les nouvelles dimensions prises par la figure du correspondant dans le dernier quart du XIXe siècle, moment où l’impact des innovations techniques dans le domaine des transports et des communications a été ressenti dans la pratique journalistique au Brésil. Grâce aux dépêches télégraphiques, la circulation et la diffusion de l’information ont changé et imposé de nouvelles normes aux journaux, qui s’organisaient, notamment à Rio de Janeiro et à Sao Paulo, comme des entreprises. C’est dans ce contexte que la figure du correspondant a commencé à prendre de l’importance, bien que le terme puisse concerner à des situations très différentes et impliquer un contrat de travail avec des tâches clairement définies jusqu’à des relations marquées par l’informalité, comme en témoignent les exemples présent dans le texte. Les correspondants sont considérés comme d’importants éléments de liaison entre cultures, ils sont de médiateurs qui passent différentes frontières, et les connecte car ils sont eux-mêmes plongés dans une culture médiatique configurée pour cela. Ainsi, non seulement ils sont responsables de faire connaître les dernières nouvelles, compléter et interpréter les télégrammes envoyés par des agences de presse, mais ils assument aussi le rôle de leaders d’opinion, de traducteurs de réalités et de situations, de diffuseurs de modes de vie, de propositions esthétiques et politiques. Ces aspects sont analysés en détail dans le cas du journal Gazeta de Notícias, symbole de ce nouveau journalisme en train d’être constituer et dont les propriétaires ont développé des stratégies pour avoir des représentants dans les villes européennes les plus importantes. Les ambiguïtés concernant la condition du correspondant, les attentes entourant l’exercice de cette activité, les difficultés et les opportunités offertes à ceux qui s’y sont aventurés sont discutées à partir de l’exemple de Mariano Pina, correspondant de la Gazeta à Paris entre 1882 et 1886. Polémiste et chroniqueur relativement modeste, la chance de s’installer à Paris lui a ouvert beaucoup de possibilités, démultipliées aussi par la charge de l’édition de une publication conçue et financée par l’un des propriétaires de journaux qui l’engageait en tant que correspondant.
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Publié-e
16-09-2016
Comment citer
Luca, T. R. de. (2016). Correspondente no Brasil. Origens da atividade nas décadas de 1870 e 1880. Sur Le Journalisme, About Journalism, Sobre Jornalismo, 5(1), 112–125. https://doi.org/10.25200/SLJ.v5.n1.2016.247
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