A Pandemia e o jornalismo brasileiro

O olhar de comunicadores do centro-oeste do Brasil sobre seu trabalho

Résumé

PT. A pesquisa buscou compreender a percepção dos jornalistas da região centro-oeste do Brasil sobre o impacto da pandemia de covid-19 em seu trabalho. Foi utilizada metodologia qualitativa, descritiva e exploratória, com coleta de dados por meio de entrevistas online com seis profissionais da comunicação. Esses jornalistas relataram mudanças significativas em seu cotidiano, saúde e vida pessoal, resultantes da urgente necessidade de informar ao público sobre dados científicos atualizados em um contexto de incerteza generalizada. Foi possível observar que o período pandêmico não apenas trouxe desafios, mas também uma oportunidade para que os jornalistas revissem suas rotinas de trabalho e refletissem sobre as limitações do formato de trabalho totalmente presencial. Durante esse período, os profissionais da notícia descobriram novas possibilidades de trabalho remoto, o que levou a uma reavaliação da qualidade e eficiência da sua prática diária. No entanto, apesar de algumas empresas adotarem medidas para prevenir a propagação do vírus, em diversas situações essas ações só foram implementadas após pressão dos próprios trabalhadores. Isso expôs um descaso preocupante com a saúde física e mental dos jornalistas, que se sentiram vulneráveis e desamparados em meio à crise, assim como outras categorias profissionais. Outro ponto identificado na pesquisa foi a falta de uma comunicação coordenada entre governos, profissionais da saúde e instituições de ciência e tecnologia. Cada um desses grupos apresentava soluções distintas para lidar com a pandemia, o que gerou confusão e dificuldades na comunicação sobre questões de saúde pública. Essa fragmentação dificultou a disseminação de informações precisas e confiáveis durante a crise sanitária, impactando diretamente o trabalho dos jornalistas e, consequentemente, a qualidade da informação disponibilizada à população. Por fim, o estudo não apenas elucida os desafios enfrentados pelos jornalistas na pandemia, mas também destaca a necessidade de um diálogo entre áreas e categorias profissionais envolvidas na comunicação em saúde.

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ES. La investigación buscó comprender la percepción de los periodistas de la región Centro-Oeste de Brasil sobre el impacto de la pandemia de covid-19 en su trabajo. Se utilizó una metodología cualitativa, descriptiva y exploratoria, con recolección de datos mediante entrevistas en línea a seis profesionales de comunicación. Estos periodistas relataron cambios significativos en su cotidiano, salud y vida personal, resultantes de la urgente necesidad de informar al público sobre datos científicos actualizados en un contexto de incertidumbre generalizada. Se observó que el período pandémico no solo trajo desafíos, sino también una oportunidad para que los periodistas revisaran sus rutinas de trabajo y reflexionaran sobre las limitaciones del modelo de trabajo totalmente presencial. Durante este período, los profesionales de la noticia descubrieron nuevas posibilidades de trabajo remoto, lo que los llevó a reevaluar la calidad y eficiencia de su práctica diaria. Sin embargo, aunque algunas empresas adoptaron medidas para prevenir la propagación del virus, en muchas situaciones estas acciones solo se implementaron tras la presión de los trabajadores. Esto puso de manifiesto un preocupante desprecio por la salud física y mental de los periodistas, que se sintieron vulnerables y desamparados en medio de la crisis, al igual que otras categorías profesionales. Otro punto identificado en la investigación fue la falta de comunicación coordinada entre gobiernos, profesionales sanitarios e instituciones de ciencia y tecnología. Cada uno de estos grupos presentó diferentes soluciones para hacer frente a la pandemia, lo que provocó confusión y dificultades en la comunicación sobre temas de salud pública. Esta fragmentación dificultó la difusión de información precisa y confiable durante la crisis sanitaria, lo que repercutió directamente en el trabajo de los periodistas y, en consecuencia, en la calidad de la información puesta a disposición de la población. Finalmente, el estudio no solo dilucida los desafíos enfrentados por los periodistas durante la pandemia, sino que también pone de relieve la necesidad de diálogo entre las áreas y categorías profesionales involucradas en la comunicación en salud.

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EN. This study sought to understand the perception that journalists in midwestern Brazil have about what kind of impact the covid-19 pandemic had on their work. A qualitative, descriptive and exploratory methodology was used, including data collection from online interviews conducted with six professional journalists. These journalists reported significant changes to their daily lives, health and personal lives as a result of the urgent need to keep the public informed about up-to-date scientific data during a time of widespread uncertainty. We observed that the pandemic not only presented journalists with challenges, but also an opportunity to evaluate their work routines and reflect on the limitations of the in-person work format. During this period, news professionals discovered new alternatives for remote work, which led to a reassessment of the quality and efficiency of their day-to-day practice. Even though some companies adopted measures to prevent the spread of the virus, many companies only took these actions after pressure from their employees. This led to a troubling disregard for the physical and mental health of journalists, who felt vulnerable and helpless amid the crisis, similar to other professionals. Another aspect identified in our research was the lack of coordinated communication between governments, health professionals and science and technology institutions. Each of these groups presented different solutions for dealing with the pandemic, which led to some confusion and difficulties when it came to communicating about public health issues. This fragmentation made it difficult to disseminate accurate and reliable information during the health crisis, and had a direct impact on the work of journalists and, consequently, the quality of information made available to the public. Lastly, this study not only explains the challenges faced by journalists during the pandemic, but also highlights the need for dialogue between professional fields involved in health communication.

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FR. Cette étude visait à comprendre la perception qu’ont les journalistes de la région Centre-Ouest du Brésil de l’impact de la pandémie de covid-19 sur leur travail. Nous avons utilisé une méthodologie qualitative, descriptive et exploratoire, avec un recueil de données par le biais d'entretiens en ligne avec six professionnels de la communication. Ces journalistes ont fait état de changements significatifs affectant leur quotidien, leur santé et leur vie personnelle, qui découlaient du besoin urgent de transmettre au public des informations scientifiques à jour dans un contexte d’incertitude généralisée. Nous avons pu constater que la période de pandémie a été non seulement source de défis, mais aussi l’occasion pour les journalistes de revoir leurs routines de travail et de réfléchir aux limites d’une activité exclusivement en présentiel. Au cours de cette période, les professionnels de l’actualité ont découvert de nouvelles possibilités de travail à distance, ce qui les a conduits à réévaluer la qualité et l’efficacité de leur pratique quotidienne. Cependant, bien que certaines entreprises aient adopté des mesures préventives contre la propagation du virus, dans bien des cas, ces actions n’ont été mises en place que sous la pression des travailleurs eux-mêmes. Cela révèle un manque de considération inquiétant pour la santé physique et mentale des journalistes, qui se sont sentis vulnérables et désemparés face à la crise, au même titre que d’autres catégories professionnelles. Notre étude a également pointé un manque de communication coordonnée entre les gouvernements, les professionnels de la santé et les institutions de sciences et technologies. Chacun de ces groupes a présenté des solutions distinctes pour faire face à la pandémie, ce qui a entraîné une certaine confusion et des difficultés à communiquer sur les questions de santé publique. Cette dispersion a entravé la diffusion d’informations précises et fiables pendant la crise sanitaire, en affectant directement le travail des journalistes et donc la qualité de l’information transmise à la population. Au-delà de la mise en évidence des défis auxquels les journalistes ont été confrontés durant la pandémie, cette étude souligne la nécessité d’un dialogue entre les différents secteurs et catégories professionnelles impliqués dans la communication en matière de santé.

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