La relation journaliste-fixeur
Les apports du fixeur durant la guerre en Afghanistan
DOI :
https://doi.org/10.25200/SLJ.v11.n1.2022.476Mots-clés :
reportage de guerre, journalisme, correspondants étrangers, fixeurs, guerre en AfghanistanRésumé
FR. L’objectif de cet article est d’analyser la relation entre les journalistes internationaux et les fixeurs locaux dans le contexte du reportage de guerre. Profession de l’ombre, le métier de fixeur reste méconnu malgré sa grande contribution aux correspondants étrangers dans des environnements inconnus et souvent hostiles. Le rôle des fixeurs est devenu indispensable à la pratique du journalisme international et du journalisme dans les zones de conflit. Les auteurs étudient les apports des fixeurs au travail des correspondants étrangers et présentent une étude de cas qui porte sur des journalistes canadiens et internationaux qui ont été accrédités par l’armée canadienne durant la guerre en Afghanistan entre 2002 et 2011. Les données de cette étude reposent sur des entrevues semi-structurées avec les correspondants étrangers et un corpus documentaire sur la couverture médiatique de la guerre en Afghanistan. La relation entre les journalistes accrédités et les fixeurs locaux a été un élément essentiel du reportage de guerre indépendant. En plus du reportage intégré (embedded), la plupart des journalistes interviewés ont pratiqué le reportage de guerre non-intégré, principalement auprès des sources politiques et civiles afghanes. L’analyse révèle une relation multiforme et complexe avec trois principaux apports du fixeur qui portent sur l’accès, la protection et la production. Le fixeur joue un rôle d’éclaireur et de traducteur pour assurer l’accès des correspondants étrangers aux sources locales dans un territoire qui a des caractéristiques linguistiques et culturelles propres (compétence locale). Le fixeur joue un rôle de protecteur qui repose sur des actions de conseil et de recommandation dans un environnement hostile pour assurer la sécurité des correspondants étrangers (compétence de risque). Le fixeur joue un rôle de producteur de contenu en contribuant au processus journalistique de production de l’information par la suggestion d’idées et d’angles de traitement ainsi que la réalisation d’entrevues et d’images (compétence éditoriale).
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EN. The purpose of this article is to analyze the relationship between international journalists and local fixers in the context of war reporting. A shadow profession, the craft of the fixer remains unrecognized despite its great contribution to foreign correspondents in unknown and often hostile environments. The role of fixers has become essential to the practice of international journalism and in conflict zones reporting. The authors study the fixers’ input to the work of foreign correspondents and present a case study on Canadian and international journalists who have been accredited by the Canadian military during the war in Afghanistan between 2002 and 2011. The data of this study is based on semi-structured interviews with foreign correspondents and a corpus of documents on media coverage of the war in Afghanistan. The relationship between accredited journalists and local fixers has been a critical part of unembedded independent war reporting. In addition to embedded reporting, most of the journalists interviewed practiced non-embedded war reporting, mainly with Afghan political and civilian sources. The analysis reveals a multifaceted and complex relationship with three main contributions of the fixer, which relate to access, protection and production. The fixer plays a role of scout and translator to ensure access for foreign correspondents to local sources in a territory that has specific linguistic and cultural characteristics (local skill). The fixer plays a protective role based on advice and recommendation actions in a hostile environment to ensure the safety of foreign correspondents (risk skill). The fixer plays a role of content producer by contributing to the journalistic process of newsgathering and production and by suggesting story ideas and story angles as well as conducting interviews and taking images (editorial skill).
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PT. O objetivo deste artigo é analisar a relação entre jornalistas internacionais e fixers (facilitadores/mediadores locais) no contexto de reportagens de guerra. Profissional das sobras, o fixer permanece pouco conhecido, embora sua atuação contribua muito com o trabalho dos correspondentes estrangeiros em ambientes alheios e muitas vezes hostis. O papel do fixer tornou-se indispensável para a prática do jornalismo internacional e do jornalismo em zonas de conflito. Com base em análises das contribuições dos fixers ao trabalho dos correspondentes estrangeiros, os autores apresentam aqui um estudo de caso retratando os jornalistas canadenses e internacionais credenciados pelos militares canadenses durante a guerra no Afeganistão entre 2002 e 2011. Os dados são extraídos de entrevistas semiestruturadas com correspondentes estrangeiros e de um corpus de documentários sobre a cobertura jornalística da guerra no Afeganistão. Conclui-se que a relação entre jornalistas credenciados e fixers locais tem constituído elemento fulcral da reportagem independente de guerra. Além da reportagem embedded (em que o correspondente se desloca junto com as tropas), a maioria dos jornalistas entrevistados praticou reportagens de guerra não embedded, principalmente por meio de fontes políticas e civis afegãs. A análise revela uma relação multifacetada e complexa alicerçada em três principais contribuições do fixer: o acesso, a proteção e a produção. O fixer desempenha o papel de guia e tradutor para garantir o acesso dos correspondentes estrangeiros às fontes locais em um território com características linguísticas e culturais muito específicas (competência local). O fixer desempenha o papel de protetor por meio de conselhos e recomendações em um ambiente hostil para garantir a segurança dos correspondentes estrangeiros (competência de risco). O fixer desempenha o papel de produtor de conteúdo, contribuindo com o processo jornalístico de produção de notícias, sugerindo ideias e ângulos de tratamento, assim como a realização de entrevistas e de imagens (competência editorial).
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