Agentes, no víctimas. Estrategias de periodistas para evadir las agresiones no físicas en Baja California

Abstract

Pt.

A precariedade estrutural na qual se insere o jornalismo mexicano possui nuan- ces e consequências distintas a cada região do México. As agressões feitas país a jornalistas por atores de grupos no poder (funcionários, políticos, proprietários de empresas jornalísticas) do noroeste do emergem como um dos problemas relaciona- dos à dita precariedade econômica sociocultural e política da profissão. Na Baixa Califórnia, os jornalistas exercem sua profissão inseridos em um contexto de agressão econômica, ética e psicológica constante, o que os obriga a situar as agressões físicas a partir de duas dimensões: como inerentes à profissão, pois foram naturalizadas; ou como estopim para a criação de estratégias de evasão na medida em que prejudicam os diversos aspectos da vida profissional. O tema é pertinente, já que a classificação e distinção dessas agressões não havia sido realizada com profundidade pela literatura mexicana sobre a relação imprensa- -poder, a não ser para identificar e definir a violência estrutural e investigar as agressões físicas contra jornalistas (assassinatos, golpes, sequestros relâmpagos). Por meio de um estudo etnográfico com duração de quatro meses no interior do grêmio jornalístico de cinco municípios da Baixa Califórnia e de 25 entrevistas feitas com jornalistas, editores, responsá- veis por assessorias de imprensa, funcionários públicos, políticos e empresários analisou-se as estratégias de evasão em relação às agressões desenvolvidas por jornalistas da imprensa escrita. Ter mais de um emprego (dentro e fora do jornalismo), denunciar publicamente as pessoas que tentaram suborno, recorrer à união e à solidariedade dos colegas para publicar notícias delicadas, entre outras, têm sido estratégias adotadas pelos jornalistas. Nesse cam- po jornalístico, os jornalistas que desenvolvem tais estratégias se converteram em agentes, e não vítimas, de uma precariedade estrutural que afeta há quase um século a profissão na Baixa Califórnia.