Mediatización, desintermediación y usurpación

Las estrategias de monopolización de la información del populismo contemporáneo

Abstract

ES. El objetivo de este artículo de corte conceptual es establecer un vínculo entre las perspectivas de mediatización, desintermediación y cierre social con la intención de teorizar las estrategias de monopolización de la información desarrolladas por el populismo contemporáneo. Tomando al gobierno de México encabezado por Andrés Manuel López Obrador como referente empírico, se plantea que el populismo no se limita a intentar excluir del proceso de comunicación a la institución y práctica del periodismo (desintermediación), sino que da un paso más al intentar usurpar sus funciones de establecimiento de agenda, verificación de la información y trabajo de campo. Para conceptualizar la relación entre los procesos de mediatización, desintermediación y usurpación, los referentes empíricos de este artículo son: (1) las conferencias de prensa de López Obrador, que procuran establecer la agenda en lugar del periodismo, (2) su sección de verificación de noticias gubernamental, “¿Quién es quién en las mentiras de la semana?”, que socava la credibilidad de la prensa y busca suceder a la verificación de noticias periodística, y (3) el proyecto fallido de la “Red de Comunicadores del Pueblo”, que pretendía reemplazar el trabajo de campo periodístico, mediante una red de periodistas ciudadanos partidarios. Entre los resultados de este trabajo destaca que la eliminación de la mediación periodística impide la rendición de cuentas y permite que los políticos califiquen como “ataques” los cuestionamientos desde el periodismo. Los procesos aquí analizados derivan en una usurpación de las funciones que le corresponden a la prensa en una sociedad democrática para suplirlas por prácticas que simulan ser periodísticas no obstante su ausencia de rigor y propensión a reproducir el discurso gubernamental. Asimismo, se ampara la desinformación en tanto se facilita la circulación de información que no ha sido contrastada o verificada y se incrementa la vulnerabilidad de la práctica del periodismo en México.

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PT. O objetivo deste artigo de cunho conceitual é estabelecer uma relação entre as perspectivas de midiatização, desintermediação e fechamento social, com a intenção de teorizar as estratégias de monopolização da informação desenvolvidas pelo populismo contemporâneo. Tomando como referência empírica o governo do México liderado por Andrés Manuel López Obrador, argumenta-se que o populismo não se limita a tentar excluir do processo de comunicação a instituição e a prática do jornalismo (desintermediação), mas dá um passo além ao procurar usurpar suas funções de definição de agenda, verificação das informações e trabalho de campo. Para conceituar a relação entre os processos de midiatização, desintermediação e usurpação, as referências empíricas deste artigo são: (1) as coletivas de imprensa de López Obrador, que buscam definir a agenda no lugar do jornalismo; (2) sua seção governamental de verificação de notícias, “Quem é quem nas mentiras da semana?”, que mina a credibilidade da imprensa e procura ocupar o lugar da verificação jornalística de notícias; e (3) o fracassado projeto da “Rede de Comunicadores do Povo”, que pretendia substituir o trabalho de campo jornalístico por meio de uma rede de jornalistas cidadãos partidários. Entre os resultados deste trabalho destaca-se que a eliminação da mediação jornalística impede a prestação de contas e permite que os políticos qualifiquem os questionamentos feitos pelo jornalismo como “ataques”. Os processos aqui analisados conduzem a uma usurpação das funções que correspondem à imprensa em uma sociedade democrática, substituindo-as por práticas que simulam ser jornalísticas apesar de sua falta de rigor e propensão a reproduzir o discurso governamental. Da mesma forma, a desinformação é amparada na medida em que facilita a circulação de informações que não foram checadas ou verificadas, aumentando a vulnerabilidade da prática do jornalismo no México.

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EN. The objective of this conceptual article is to establish a relationship between mediatization, disintermediation and social closure, with the intent of theorizing the strategies of information monopolization developed by contemporary populism. The Mexican government, led by Andrés Manuel López Obrador, is our empirical reference, and we argue that populism is not limited to trying to exclude the institution and practice of journalism from the communication process (disintermediation); it goes even further by seeking to usurp its functions of agenda-setting, information verification and fieldwork. In order to conceptualize the relationship between mediatization, disintermediation and usurpation, we used the following empirical references: (1) López Obrador’s press conferences, which seek to set the agenda rather than journalism; (2) his government fact-checking section, “Who’s Who in the Lies of the Week?”, which undermines the credibility of the press and seeks to do away with journalistic fact-checking; and (3) the failed “People’s Communicators Network” project, which sought to replace journalistic fieldwork with a network of partisan citizen journalists. One particular result from this work worth highlighting is that eliminating journalistic mediation hinders accountability and allows politicians to label questions raised by journalism as “attacks”. The processes analyzed in this paper lead to the usurpation of the press in a democratic society, replacing their functions with others that appear to be journalistic but lack the rigor and propensity to reproduce government discourse. Similarly, disinformation is supported to the extent that it facilitates the circulation of unchecked and/or unverified information, thus increasing the vulnerability of journalism in Mexico.

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FR.L’objectif de cet article de nature conceptuelle est d’établir un lien entre les approches de médiatisation, de désintermédiation et de fermeture sociale, afin de théoriser les stratégies de monopolisation de l’information développées par le populisme contemporain. En prenant pour référence empirique le gouvernement mexicain d’Andrés Manuel López Obrador, nous avançons que le populisme ne se limite pas à tenter d’exclure l’institution et la pratique du journalisme du processus de communication (désintermédiation), mais va plus loin, puisqu’il cherche à usurper leurs fonctions de définition de l’agenda, de vérification de l’information et de travail sur le terrain. Pour conceptualiser la relation entre les processus de médiatisation, de désintermédiation et d’usurpation, le corpus empirique comprend : (1) les conférences de presse de López Obrador, qui s’attachent à définir un agenda à la place du journalisme, (2) sa séance gouvernementale de vérification des informations, le « Qui est qui dans les mensonges de la semaine ? », qui sape la crédibilité de la presse et cherche à se substituer à la vérification journalistique des faits, et (3) le projet avorté de « Réseau de communicateurs du peuple », qui visait à remplacer le travail journalistique sur le terrain au moyen d’un réseau de journalistes citoyens partisans. Notre étude montre notamment que l’élimination de la médiation journalistique entrave la redevabilité et permet aux hommes politiques de qualifier d’« attaques » les questions posées par les journalistes. Les processus analysés ici entrainent une usurpation des fonctions qui reviennent à la presse dans une société démocratique, en les remplaçant par des pratiques prétendument journalistiques, malgré leur manque de rigueur et leur propension à reproduire le discours gouvernemental. De même, la désinformation est encouragée dans la mesure où l’on facilite la circulation d’informations qui n’ont pas été recoupées ou vérifiées, ce qui accroît la vulnérabilité de la pratique du journalisme au Mexique.

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