Vers une nouvelle forme temporelle, la « cénorythmie »

L’Agence France-Presse sur les réseaux

Auteurs-es

  • Maxime Fabre Université Bordeaux Montaigne

DOI :

https://doi.org/10.25200/SLJ.v9.n1.2020.423

Mots-clés :

sémiotique, communication, photographie de presse, AFP, photojournalisme, réseaux socio-numériques

Résumé

FR. À partir d’une étude sémiotique et communicationnelle de l’exposition de l’Agence France-Presse sur les réseaux socionumériques, cet article interroge la manière dont la photographie agencière a été en partie bouleversée et transformée par ces moyens de communication. Face à un nouveau rythme de publication de l’actualité, que l’auteur propose d’appeler la cénorythmie, il s’agit de montrer comment l’Agence s’est à la fois adaptée et a en même temps métamorphosé ses moyens et codes de diffusion, jusqu’à la construction énonciative d’un « Nous ensemble et maintenant » de ses réseaux. L’AFP a donc du même coup fait évoluer ses pratiques représentationnelles tout en préservant ses stratégies éditoriales. Pour autant, l’objectif n’est pas d’étudier les transformations inhérentes aux pratiques professionnelles des photojournalistes de l’AFP, la négociation de l’image au sein des desks, par exemple. Mais plus simplement d’analyser, à partir d’un corpus resserré sur les réseaux sociaux (qui ne représentent qu’une petite partie des productions de l’Agence) les ressorts de l’exposition numérique. L’article propose d’étudier cette forme temporelle baptisée la cénorythmie en trois étapes : l’étape de la deixis photojournalistique mise à l’épreuve des RSN ; une deuxième étape pour la construction d’une coprésence énonciative structurant un média homochrone ; enfin, un troisième temps pour une étude sur l’expérience quotidienne, du banal* du point de vue de la durée. Ces trois hypothèses suivent une observation participante des RSN sur le mois de février 2016, complétée par une capture quotidienne des données, c’est-à-dire des publications photographiques opérées par l’Agence France-Presse sur quatre réseaux, quatre « fils » : Facebook, Twitter, Instagram et Tumblr. L’auteur montre enfin que face aux stratégies imposées par les réseaux socionumériques, l’AFP a réinstauré, publiquement, son mode d’être : la régularisation continue des informations qu’elle opérait déjà du temps du fameux « fil agencier ».

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EN. Based on a semiotic and communicational study of the Agence France-Presse (AFP) exhibition on social networks, this paper examines the ways in which wire service photography has been disrupted and transformed by these means of communication. Faced with a new rhythm of news publication, which the author proposes to call “cenorythmy,” the aim is to show how the AFP has both adapted and metamorphosed its means and codes of publication, to the point of constructing an indicative “We, together and now” tone to its networks. The AFP has thus evolved its representational practices while preserving its editorial strategies. However, the aim is not to study the transformations inherent in the professional practices of AFP photojournalists, such as the bargaining power with news desks, for example. Rather, it is more simply to analyze, on the basis of a corpus gathered from social networks (which represent only a small part of the agency's output), the driving forces behind online exposure. The paper proposes to study this temporal form designated “cenorythmy” in three stages: the stage of the photojournalistic deixis put to the test by social networks; a second stage for the construction of an indicative copresence structuring a homochronous media; and finally, a third stage for a study of daily experience, from the banal* point of view of duration. These three hypotheses follow a participant observation of the social networks in February 2016, completed by a daily capture of data, i.e. photographic publications by the AFP on four social networks (four “feeds”): Facebook, Twitter, Instagram and Tumblr. Finally, the author shows that in the face of the strategies imposed by social networks, the AFP has publicly re-established its core way of being: the continuous regularization of news, which it has deployed since the golden era of wire services.

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PT. Com base em um estudo semiótico e comunicacional da exposição da Agence France-Presse nas redes sociais digitais, esse artigo examina a forma como a fotografia de agência foi parcialmente abalada e transformada por esses meios de comunicação. Diante de um novo ritmo de publicação de notícias, que o autor propõe chamar de cenoritmia, o objetivo é mostrar como a Agência adaptou-se e metamorfoseou seus meios e códigos de difusão, até a construção enunciativa de um "Nós juntos e agora" de suas redes. Ao mesmo tempo, a AFP transformou suas práticas de representação, ainda que preservando suas estratégias editoriais. O objetivo, porém, não é estudar as transformações inerentes às práticas profissionais dos fotojornalistas da AFP, a exemplo da negociação das imagens dentro da agência. Trata-se mais simplesmente de analisar, com base em um corpus de informações coletadas em redes sociais (que representam apenas uma pequena parte da produção da agência), os recursos da exposição digital. O artigo propõe estudar essa forma temporal chamada cenoritmia em três etapas: a etapa da deixis fotojornalística posta à prova pelas Redes Sociais Digitais (RSD); uma segunda etapa focada na construção de uma copresença enunciativa que estrutura uma mídia homócrona; finalmente, uma terceira etapa voltada para um estudo da experiência cotidiana, do banal* do ponto de vista da duração. Essas três hipóteses foram levantadas a partir da observação participante das RSD, ao longo do mês de fevereiro de 2016, completada por uma captura diária dos dados, ou seja, de publicações fotográficas da Agence France-Presse em quatro redes e quatro "feeds": Facebook, Twitter, Instagram e Tumblr. Finalmente, o autor mostra que, diante das estratégias impostas pelas redes sociais digitais, a AFP restabeleceu publicamente seu modo de ser: a regularização contínua das informações que já operava na época do feed de notícias da própria agência.

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Publié-e

15-06-2020

Comment citer

Fabre, M. . (2020). Vers une nouvelle forme temporelle, la « cénorythmie » : L’Agence France-Presse sur les réseaux. Sur Le Journalisme, About Journalism, Sobre Jornalismo, 9(1), 132–153. https://doi.org/10.25200/SLJ.v9.n1.2020.423