Le glyphosate et les journalistes en France

La construction sociale d’un problème public médiatisé (2000-2020)

Auteurs-es

  • Baptiste Schummer Université Lille

DOI :

https://doi.org/10.25200/SLJ.v11.n2.2022.493

Mots-clés :

Journalisme, Glyphosate, Problème public, Santé, Controverse sociale

Résumé

FR. Produit d’une construction médiatique au long cours, qui demeure inachevée au moment de la parution de ce numéro, la mise en problème du glyphosate dans les médias, et plus largement dans l’espace public, constitue un objet particulièrement heuristique à l’aulne d’appréhender le rôle que joue les journalistes quant à la construction des problèmes publics en général, et des problèmes de santé publique en particulier. Substance active du Roundup, désherbant phare de la multinationale phytosanitaire Monsanto, commercialisé en 1975 et qui a longtemps figuré parmi les herbicides les plus vendus au monde, le glyphosate a pourtant tardé à susciter l’attention des médias et du grand public. Hormis quelques publications portant sur les campagnes d’arrachage de cultures OGM « Roundup Ready », tolérantes à ce pesticide, au cours des années 2000, l’intérêt des journalistes à l’égard de celui-ci est très marginal. De surcroît, cette relative médiatisation s’effectue uniquement sous un prisme altermondialiste, anti-Monsanto et anti-OGM. Il faut attendre 2012 pour que le Roundup connaisse une publicisation conséquente, en tant que problème de santé publique cette fois. La parution d’un article scientifique sur la toxicité de l’herbicide occasionne un important battage médiatique, connu sous le nom d’« Affaire Séralini», qui le consacre en menace sanitaire aux yeux de la majorité de la population française. Quant au glyphosate stricto sensu, c’est à partir de mars 2015, date de publication d’un avis d’une agence de l’OMS qualifiant la molécule de « cancérogène probable », que celle-ci devient un véritable « totem médiatique ». Le sommet de ce surinvestissement de la problématique du glyphosate par les journalistes est atteint en janvier 2019, à l’occasion de la diffusion d’un numéro d’« Envoyé Spécial Glyphosate », qui cristallise les tensions dans l’espace médiatique. Tandis que les journalistes pro-glyphosate se fondent sur les normes propres à l’évaluation réglementaire des produits, leurs adversaires convoquent les travaux strictement académiques pour justifier leurs prises de position quant à la (non) dangerosité du biocide. Derrière ces batailles d’expertise, se cachent des pratiques et des représentations professionnelles du bon exercice du métier qui structurent en partie les pôles de la controverse publique. Toutefois, ces luttes journalistiques ne sont pas réductibles à des oppositions déontologiques. Elles relèvent aussi d’un enjeu de double représentation, du réel et de la société, dont les logiques échappent aux seules considérations professionnelles. Décrire les problématiques du monde social revient toujours, pour les journalistes, à représenter certaines franges de celui-ci, et, par conséquent, à représenter certains intérêts sociaux et idéologiques particuliers. Les tentatives de prises de possession d’un problème public comme le glyphosate doivent dès lors être rapportées aux positions sociales de celles et ceux qui les portent dans l’espace médiatique ainsi qu’aux prises de position idéologiques qui leur sont arrimées.

***

EN. Glyphosate, as a topic featured in the media, and more broadly in the public arena, is the product of a long-term construction by the media and is still underway at the time of publication of this issue. It forms a particularly heuristic object for understanding the role played by journalists in the construction of public problems in general, and of public health problems in particular. An active ingredient in Roundup, the flagship weed killer of the multinational corporation Monsanto, commercialized since 1975 and for a long time one of the best-selling herbicides in the world, glyphosate has nevertheless been slow to attract the attention of the media and the general public. Apart from a few reports in the 2000’s on the movement to uproot Roundup-ready GMO crops, which are tolerant to the pesticide, journalists' interest in glyphosate remained very marginal. Furthermore, this relative media coverage only took place through an anti-globalization, anti-Monsanto and anti-GMO prism. It was not until 2012 that Roundup was widely publicized as a public health problem. The publication of a scientific article on the toxicity of the herbicide caused major media coverage, known as the "Séralini Affair", which established it as a health threat in the eyes of the majority of the French population. Glyphosate in itself became a real "media totem" starting from March 2015, when a WHO commission published a report classifying the molecule as "probably carcinogen". The climax of this over-coverage of glyphosate by journalists was reached in January 2019, when an episode of "Envoyé Spécial” on Glyphosate was aired, crystallizing tensions in the media on the topic. While pro-glyphosate journalists invoke regulatory standards for the evaluation of products, their critics rely on purely academic research to justify their position on the dangers (or absence of) of the biocide. In the background of these expertise battles lay diverging practices and representations of the profession. This in turn has contributed to the polarization of the public controversy. However, these journalistic disputes are not reducible to deontological oppositions. They also arise from the issue of the double representation of reality and society, the logic of which escapes the only professional considerations. Describing the problems of the social world always means for journalists to represent some fringe of it, and, consequently, to embody specific social and ideological interests. Attempts to claim ownership of a public problem such as glyphosate must therefore be considered in relation to the social positions of those who are involved in the media, as well as their ideological standpoints.

***

PT. Produto de uma construção de mídia de longo prazo, que permanece inacabada no momento da publicação desta edição, a questão do glifosato na mídia, e mais amplamente no espaço público, constitui um objeto particularmente heurístico em termos de compreensão do papel desempenhado pelos jornalistas na construção dos problemas públicos em geral, e dos problemas de saúde pública em particular. Ingrediente ativo de Roundup, o principal matador de ervas daninhas da multinacional Monsanto, comercializado em 1975 e há muito tempo um dos herbicidas mais vendidos no mundo, o glifosato demorou a atrair a atenção da mídia e do público em geral. Além de algumas poucas publicações sobre as campanhas para desarraigar as culturas GMO 'Roundup Ready', que são tolerantes a este pesticida, nos anos 2000, o interesse dos jornalistas pelo glifosato foi muito marginal. Além disso, esta relativa cobertura da mídia se deu unicamente de uma perspectiva anti-globalização, anti-Monsanto e anti-GMO. Só a partir de 2012 Roundup passou a ser amplamente divulgado, desta vez como um problema de saúde pública. A publicação de um artigo científico sobre a toxicidade do herbicida foi destaque na mídia, ficando conhecido como o "Caso Séralini", que estabeleceu a substância como uma ameaça à saúde aos olhos da maioria da população francesa. Quanto ao glifosato em si, foi a partir de março de 2015, data da publicação do parecer de uma agência da OMS qualificando a molécula como um "provável carcinógeno", que ele se tornou um tema recorrente na mídia. O auge deste sobreinvestimento na questão do glifosato pelos jornalistas foi atingido em janeiro de 2019, quando foi transmitida uma edição do "Envoyé Spécial Glyphosate", que cristalizou as tensões na mídia. Enquanto os jornalistas pró-glifosato confiavam nos padrões de avaliação de produtos regulamentares, seus oponentes recorriam a um trabalho estritamente acadêmico para justificar suas posições sobre o (não) perigo do biocida. Por trás dessas batalhas por especialização, estão práticas profissionais e representações do exercício adequado da profissão, que em parte estruturam os polos da controvérsia pública. Entretanto, estas lutas jornalísticas não são redutíveis a oposições deontológicas. São também uma questão de dupla representação, da realidade e da sociedade, cuja lógica escapa apenas às considerações profissionais. Para os jornalistas, descrever os problemas do mundo social resume-se sempre a representar certas partes do mesmo e, consequentemente, a representar certos interesses sociais e ideológicos específicos. As tentativas de apropriação de um problema público como o glifosato devem, portanto, estar relacionadas com as posições sociais de quem as transmite no espaço midiático, bem como com as posições ideológicas que estão ligadas a elas.

***

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Téléchargements

Publié-e

16-12-2022

Comment citer

Schummer, B. . (2022). Le glyphosate et les journalistes en France : La construction sociale d’un problème public médiatisé (2000-2020). Sur Le Journalisme, About Journalism, Sobre Jornalismo, 11(2), 44–61. https://doi.org/10.25200/SLJ.v11.n2.2022.493