Ganhar a vida" a partir do jornalismo e da cultura

Os arranjos jornalísticos culturais do Nordeste do Brasil

Autores/as

  • Mariana Reis Universidade Federal de Pernambuco
  • Isaltina Gomes Universidade Federal de Pernambuco

Palabras clave:

periodismo cultural, arreglos periodísticos, mundo del trabajo, Nordeste de Brasil, producción cultural

Resumen

PT. Neste artigo, são relatadas formas de organização e condições de produção de
coletivos de jornalismo cultural no Nordeste do Brasil, mais especificamente, dos Estados de Pernambuco e da Bahia, aqui denominados arranjos jornalísticos. Como aporte teórico, recorreu-se a Figaro (2013; 2017; 2018; 2021), a partir do binômio comunicação e trabalho e Bourdieu (2005) para compreensão do campo jornalístico. A pesquisa da qual este artigo deriva foi desenvolvida como tese de doutorado pela primeira autora sob orientação doutoral da segunda autora. Nela foram estudadas as revistas culturais eletrônicas Gambiarra (Estado da Bahia), Outros Críticos (Estado de Pernambuco) e O Grito! (Estado de Pernambuco) e os portais de notícias culturais SoteroPreta (Estado da Bahia), Correio Nagô (Estado da Bahia) e iTeia (Pernambuco e da Bahia). Na investigação, tais coletivos de jornalistas foram avaliados em relação ao acesso a políticas públicas como fomento, ao empreendedorismo e outras formas de sustentabilidade. A partir da análise desses seis agrupamentos, descobriu-se que é tênue a linha que separa o jornalista do produtor cultural e que compete dominar também a gestão em comunicação. Ao mesmo tempo, são revelados os limites e as possibilidades técnicas e éticas de se gestar e dar materialidade a um jornalismo no qual acreditam, a partir de seus princípios, crenças e valores. Os discursos dos informantes apresentam tensões quanto ao termo empreendedorismo pela relação direta a um conceito ligado ao stablishment, ou seja, à manutenção das estruturas de poder. Observou-se, ainda, que o profissional jornalista precisa acompanhar as transformações no mundo do trabalho, num equilíbrio entre desenvolver novas habilidades e exercer novas funções, adaptando-se às exigências e possibilidades do trabalho atual. Outro resultado da pesquisa é que o trabalho, para esses arranjos jornalísticos culturais analisados, muitas vezes se revela num capital simbólico adquirido que nem sempre corrobora com uma aquisição de capital financeiro.

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ES. En este artículo se relatan formas de organización y condiciones de producción de colectivos de periodismo cultural en el Nordeste de Brasil, más concretamente en los estados de Pernambuco y Bahía, aquí denominados arreglos periodísticos. Como aporte teórico, se utilizó a Figaro (2013; 2017; 2018; 2021), a partir del binomio comunicación y trabajo, y a Bourdieu (2005) para comprender el campo periodístico. La investigación de la cual deriva este artículo fue desarrollada como tesis doctoral por la primera autora bajo la dirección de la segunda autora. En ella se estudiaron las revistas culturales electrónicas Gambiarra (estado de Bahía), Outros Críticos (estado de Pernambuco) y O Grito! (estado de Pernambuco), y los portales de noticias culturales SoteroPreta (estado de Bahía), Correio Nagô (estado de Bahía) e iTeia (Pernambuco y Bahía). En la investigación, estos colectivos de periodistas fueron evaluados en relación al acceso a políticas públicas como fomento al espíritu emprendedor y otras formas de sostenibilidad. El análisis de estos seis agrupamientos reveló que la línea que separa al periodista del productor cultural es tenue y que también le corresponde dominar la gestión en comunicación. Al mismo tiempo, se evidencian los límites y las posibilidades técnicas y éticas de gestar y dar materialidad a un periodismo en el cual creen, a partir de sus principios, creencias y valores. Los discursos de los informantes presentan tensiones respecto al término “espíritu emprendedor” por la relación directa con un concepto vinculado al establishment, es decir, al mantenimiento de las estructuras de poder. Se observó, además, que el profesional periodista debe mantenerse al día con los cambios en el mundo del trabajo, en un equilibrio entre el desarrollo de nuevas habilidades y el desempeño de nuevas funciones, adaptándose a las exigencias y posibilidades del trabajo actual. Otro resultado de la investigación es que para estos arreglos periodísticos culturales analizados el trabajo muchas veces se revela como un capital simbólico adquirido que no siempre se traduce en una adquisición de capital económico.

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EN. This article reports on the forms of organization and production conditions of cultural journalism collectives in the Northeast of Brazil, particularly the states of Pernambuco and Bahia, which we refer to as journalistic arrangements. Figaro (2013; 2017; 2018; 2021) was used as a theoretical contribution based on the communication and work binomial and Bourdieu (2005) was used to understand the journalistic field. The research which this article is based on was developed as a doctoral thesis by Mariana Reis under the doctoral supervision of Isaltina Gomes. The online cultural magazines Gambiarra (State of Bahia), Outros Críticos (State of Pernambuco), O Grito! (State of Pernambuco) and the cultural news portals SoteroPreta (State of Bahia), Correio Nagô (State of Bahia) and iTeia (Pernambuco and Bahia) were studied. The research involved evaluating collectives of journalists in relation to access to public policies such as development, entrepreneurship, and other forms of sustainability. After analyzing these six groups, we discovered that the line separating journalists from cultural producers is tenuous, and that communication management is a skill that needs to be learned thoroughly. We also discovered the limits and technical and ethical possibilities of creating and giving materiality to journalism that these journalists believe in based on their principles, beliefs and values. The journalists spoke of tensions regarding the term entrepreneurship and its direct relationship to the concept of establishment, that is, to the maintenance of power structures. We also observed that professional journalists have to keep up with changes to the world of work, and strike a balance between developing new skills and performing new functions, thus adapting to the demands and possibilities of present day work. Another aspect we discovered through our research is that, for these cultural journalistic arrangements, work is often an acquired symbolic capital that does not always translate into the acquisition of financial capital.

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FR. Cet article présente les formes d’organisation et les conditions de production de collectifs de journalisme culturel, désignés ici sous le terme d’ensembles journalistiques, dans la région Nordeste du Brésil, et plus précisément dans les États de Pernambuco et de Bahia. Sur le plan théorique, nous nous sommes appuyées sur Figaro (2013 ; 2017 ; 2018 ; 2021), en partant du binôme communication et travail, ainsi que sur Bourdieu (2005), pour appréhender le champ journalistique. La recherche dont cet article est issu a été menée dans le cadre de la thèse de doctorat de la première auteure, sous la direction doctorale de la seconde. L’étude a porté sur les magazines culturels électroniques Gambiarra (État de Bahia), Outros Críticos (État de Pernambuco) et O Grito! (Pernambuco), ainsi que sur les portails d’informations culturelles SoteroPreta (Bahia), Correio Nagô (Bahia) et iTeia (Pernambuco et Bahia). Ces collectifs de journalistes ont été évalués à l’aune de leur accès aux politiques publiques de soutien, de leur stratégie entrepreneuriale et d’autres formes de pérennité. L’analyse de ces six groupes montre que la frontière est ténue entre journaliste et producteur culturel, et que des compétences en gestion de la communication sont aussi nécessaires. Elle révèle par ailleurs les limites et les possibilités techniques et éthiques liées à la conception et à la mise en pratique d’un journalisme auquel ils croient, en accord avec leurs principes, leurs croyances et leurs valeurs. Les discours de nos interlocuteurs font apparaître des tensions autour du terme d’entrepreneuriat, du fait de son lien conceptuel direct avec l’establishment et donc avec le maintien des structures de pouvoir. En outre, le professionnel journaliste doit accompagner les évolutions du monde du travail, en conciliant le développement de nouvelles compétences et l’exercice de nouvelles fonctions, pour s’adapter aux exigences et aux opportunités actuelles du métier. Un autre résultat de notre recherche est que le travail, pour les ensembles journalistiques culturels analysés, se manifeste souvent par l’acquisition d’un capital symbolique qui ne va pas toujours de pair avec celle d’un capital financier.

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Publicado

16-12-2024

Cómo citar

Reis, M., & Gomes, I. (2024). Ganhar a vida" a partir do jornalismo e da cultura: Os arranjos jornalísticos culturais do Nordeste do Brasil. Sur Le Journalisme, About Journalism, Sobre Jornalismo, 13(2), 110–127. Recuperado a partir de https://revue.surlejournalisme.com/slj/article/view/626

Número

Sección

El periodismo, una profesión de luchas (2)