Especificidades regionais no debate sobre jornalismo e engajamento climático
Um estudo de recepção com ativistas brasileiros
Palavras-chave:
jornalismo, engajamento, regiões brasileiras, estudo de recepçãoResumo
PT. O jornalismo é uma das principais arenas de enfrentamento da crise climática por seu comprometimento com o interesse público e pela veiculação de informações que baseiam decisões cotidianas dos sujeitos. Este artigo se debruça sobre as particularidades observadas em um estudo de recepção realizado no Brasil em 2022, com foco no consumo jornalístico, com 60 jovens ativistas sobre jornalismo e engajamento climático. O objetivo foi identificar diferenças nas leituras e compreensões sobre a atuação do jornalismo entre participantes das cinco regiões brasileiras – Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul – de acordo com a perspectiva do consumo cultural (García Canclini, 2006). A partir da realização de dois grupos focais (Gatti, 2005) por região brasileira e da posterior Análise de Conteúdo (Bardin, 2014) dos dados coletados, identificamos aspectos específicos de cada região, a partir do método comparativo (Marconi & Lakatos, 2003). A análise demonstra a necessidade de se considerar de forma mais próxima os contextos locais/regionais dos públicos para direcionamento de estratégias de mobilização mais efetivas. O jornalismo local ou regional (Dornelles, 2012) deve considerar as particularidades do consumo de informações pela população jovem, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Os participantes dessas regiões se sentem pouco representados por coberturas realizadas a partir do Sudeste, região onde se concentram profissionais e veículos jornalísticos. Ativistas das regiões Norte e Nordeste também apontam a dificuldade de acesso a informações sobre sua realidade, seja por indisponibilidade de dispositivos ou conexão de internet, seja pela inexistência de veículos jornalísticos locais – o que configura os desertos de notícias (Atlas da Notícia, 2023). Além da descentralização da cobertura jornalística, os jovens ativistas defendem maior visibilidade para soluções locais e práticas das comunidades tradicionais e de povos originários. Apresenta-se a perspectiva do jornalismo ambiental (Loose & Girardi, 2017) como possibilidade de qualificar a cobertura regional sobre questões climáticas, pois esta preconiza a conexão entre as esferas local e global para que o público compreenda a complexidade dos fenômenos.
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ES. El periodismo es uno de los principales espacios para abordar la crisis climática debido a su compromiso con el interés público y la difusión de información que sustenta las decisiones cotidianas de las personas. Este artículo trata de las particularidades observadas en un estudio de recepción, enfocado en el consumo periodístico, realizado en Brasil en 2022 con 60 jóvenes activistas sobre periodismo y compromiso climático. El objetivo fue identificar diferencias en las lecturas y comprensiones sobre la actuación del periodismo entre participantes de las cinco regiones brasileñas – Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste y Sur – según la perspectiva del consumo cultural (García Canclini, 2006). A partir de dos grupos focales (Gatti, 2005) por región brasileña y del posterior análisis de contenido (Bardin, 2014) de los datos recopilados, se identificaron aspectos específicos de cada región utilizando el método comparativo (Marconi & Lakatos, 2003). El análisis demuestra la necesidad de considerar más de cerca los contextos locales/regionales de los públicos para orientar estrategias de movilización más efectivas. El periodismo local o regional (Dornelles, 2012) debe tener en cuenta las particularidades del consumo de información por parte de la población joven, especialmente en las regiones Centro-Oeste, Norte y Nordeste. Los participantes de estas regiones se sienten poco representados por las coberturas realizadas desde el Sudeste, región donde se concentran los profesionales y medios periodísticos. Los activistas de las regiones Norte y Nordeste también señalan la dificultad de acceso a información sobre su realidad, ya sea por la falta de disponibilidad de dispositivos o de conexión a internet, o por la inexistencia de medios periodísticos locales – lo que configura los desiertos de noticias (Atlas da Notícia, 2023). Además de la descentralización de la cobertura periodística, los jóvenes activistas defienden una mayor visibilidad para soluciones locales y prácticas de las comunidades tradicionales y pueblos originarios. Se presenta la perspectiva del periodismo ambiental (Loose & Girardi, 2017) como posibilidad para cualificar la cobertura regional sobre cuestiones climáticas, pues esta recomienda la conexión entre las esferas local y global para que el público comprenda la complejidad de los fenómenos.
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EN. Journalism is one of the main arenas used for addressing the climate crisis due to its commitment to public interest and dissemination of information that people base their everyday decisions on. This article focuses on the differences observed in a reception study on news consumption (journalism and climate engagement) with 60 young activists conducted in Brazil, in 2022. The objective was to identify the different readings and understandings about the role of journalism among our study participants, based on the perspective of cultural consumption (García Canclini, 2006). These participants came from five regions of Brazil – the North, Northeast, Midwest, Southeast and South. We first conducted two focus groups (Gatti, 2005) per Brazilian region, which were followed up by a Content Analysis (Bardin, 2014) of the collected data. This allowed us to then use the comparative method to identify specific aspects of each region (Marconi & Lakatos, 2003). The analysis showed the importance of considering the local/regional contexts of the public more closely in order to establish more effective mobilization strategies. Local or regional journalism (Dornelles, 2012) should consider how youths consume information, particularly in the Midwest, North and Northeast regions. Participants from these regions feel underrepresented by news coverage from the Southeast, a region where a large number of professionals and media outlets are concentrated. Activists from the North and Northeast regions also claim having difficulty accessing information about their reality, whether due to the unavailability of devices or internet connection, or a lack of local news outlets – a characteristic of news deserts (Atlas da Notícia, 2023). In addition to the decentralization of news coverage, young activists advocate for greater visibility of local solutions and traditional communities and indigenous peoples. Environmental journalism (Loose & Girardi, 2017) is presented as a way to qualify regional coverage on climate issues as it connects the local and global spheres so that the public understands the complexity of the phenomena.
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FR. Par son attachement à l’intérêt public et à la diffusion d’informations qui étayent les décisions quotidiennes des sujets, le journalisme constitue l’une des principales sphères de lutte contre la crise climatique. Cet article se penche sur les particularités observées lors d’une étude de réception, axée sur la consommation journalistique, menée en 2022 au Brésil auprès de 60 jeunes activistes et portant sur le journalisme et l’engagement en faveur du climat. L’objectif était d’identifier les différentes lectures et perceptions de l’action du journalisme chez les participants des cinq régions brésiliennes – Nord, Nord-Est, Centre-Ouest, Sud-Est et Sud – sous la perspective de la consommation culturelle (García Canclini, 2006). Après avoir organisé deux groupes de discussion (Gatti, 2005) par région brésilienne, puis procédé à une analyse de contenu (Bardin, 2014) des données recueillies, nous avons utilisé la méthode comparative (Marconi & Lakatos, 2003) pour identifier les éléments spécifiques à chaque région. Cette analyse montre qu’un examen plus approfondi des contextes locaux/régionaux des différents publics est nécessaire pour définir des stratégies de mobilisation plus efficaces et ciblées. Le journalisme local ou régional (Dornelles, 2012) doit tenir compte des spécificités de la consommation d’information chez les jeunes, notamment dans les régions Centre-Ouest, Nord et Nord-Est. Les participants de ces régions se sentent mal représentés par la couverture médiatique émanant de la région Sud-Est, où se concentrent les professionnels et les médias journalistiques. Les activistes des régions Nord et Nord-Est pointent aussi les difficultés d’accès aux informations sur leur réalité locale, que ce soit en raison du manque d’appareils ou de connexion internet, ou de l’absence de médias locaux – créant ainsi des déserts d’information (Atlas da Notícia, 2023). Outre une décentralisation de la couverture médiatique, les jeunes activistes revendiquent une plus grande visibilité des solutions locales et des pratiques des communautés traditionnelles et des peuples autochtones. Le journalisme environnemental (Loose & Girardi, 2017) se présente comme une approche possible de couverture médiatique régionale des enjeux climatiques, dans la mesure où celle-ci prône la mise en relation des sphères locales et globales, afin que le public puisse saisir la complexité des phénomènes.
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