La « niche fiscale » des journalistes et la morphologie des mondes de l’information.

Auteurs-es

  • Gilles Bastin

DOI :

https://doi.org/10.25200/SLJ.v3.n2.2014.186

Mots-clés :

Sociologie des journalistes

Résumé

  • Les journalistes français bénéficient depuis les années 1930 d’un important avantage fiscal. Celui-ci leur permet, du fait de leur profession, de payer moins d’impôts que les autres contribuables. Cette « niche fiscale » est analysée dans cet submission sur un plan morphologique pour le groupe des journalistes. On examine d’un côté ses effets sur les équilibres en matière d’emploi ou de revenus sur lesquels est fondé le journalisme en France et, de l’autre, ses effets sur l’identité des journalistes. Les deux formes idéal-typiques que cet avantage a prises dans l’histoire du journalisme français sont rappelées : l’abattement proportionnel au revenu des origines, conçu comme un moyen de lutter contre la paupérisation des journalistes et d’unifier la profession ; l’abattement fixe qui prévaut depuis 1998 et qui répond à un critère d’équité fiscale dans un contexte de précarisation du travail des journalistes. L’abattement fiscal s’apparente aujourd’hui à une forme de socialisation partielle de l’engagement dans les mondes de l’information, notamment pour ceux qui viennent d’y arriver et n’y occupent pas des positions stables. Cependant, ses effets sur la morphologie du groupe des journalistes sont ambigus. On observe d’un côté un effet de renforcement de ce groupe, du fait de la socialisation (même limitée) du revenu des journalistes permise par l’abattement. De l’autre côté l’abattement participe à affaiblir le groupe, notamment parce qu’il place les journalistes en position de devoir se justifier professionnellement face à l’administration fiscale dans les cas de contentieux sur cet abattement ou, très régulièrement aussi, face à un nouvel acteur désireux d’intervenir dans la définition du mandat social des journalistes : le public.

 

  • French journalists have benefited from significant tax breaks since the 1930’s which allow them, by virtue of their profession, to pay less income tax than others. This submission examines this tax relief from a morphological perspective for journalists as a group. On one hand we will study its effect on fair employment and income practices underpinning journalism in France, and on the other, its effects on journalists’ identity. The two ideal-typical forms this fiscal advantage has taken in the history of French journalism are outlined: the original proportional taxation scheme, designed to counter the impoverishment of journalists and unify the profession; and the fixed tax relief in place since1998 to meet tax fairness criteria in the context of job insecurity for journalists. Today’s tax relief resembles a partial socialization of employment in the news industry, most notably for those new to it and who do not hold stable employment. Its effects on the morphology of journalists as a group are ambiguous, however. On one hand there is a reinforcing effect on the group due to the socialization (albeit limited) of journalists’ income afforded by tax relief. On the other, the tax relief weakens the group, partly because it puts journalists in the position of having to justify themselves professionally to tax authorities in the case of disputes over this relief; or again, as is happening with increasing regularity, justify themselves to a new element seeking to participate in defining the social mandate of journalists: the public.

 

  • Os jornalistas franceses se beneficiam, desde os anos 1930, de um importante incentivo fiscal. Por conta da profissão, eles têm o direito de pagar menos impostos do que os outros contribuintes. Esse “nicho fiscal” é analisado neste artigo sob um ponto de vista morfológico na relação com o grupo dos jornalistas. Examinase, por um lado, os seus efeitos no equilíbrio entre emprego e rendimentos, mecanismo que serviu como justificativa para a fundação do jornalismo na França e, por outro lado, os seus efeitos na identidade do jornalista. Os dois formatos ideal-típicos que esse tipo de benefício fez uso na história do jornalismo francês são retomados: a isenção proporcional feita na fonte, conhecido como mecanismo para lutar contra o empobrecimento dos jornalistas e unificar a profissão; e o desconto fixo, que prevalece a partir de 1998, e que responde a um critério de equidade fiscal em um contexto de precarização do trabalho dos jornalistas. A redução fiscal se aproxima, nos dias de hoje, a uma forma de socialização parcial dos engajamentos nos mundos da notícia, principalmente para os que acabam de ingressar nesse espaço e que não ocupam posições estáveis. Contudo, seus efeitos na morfologia do grupo dos jornalistas são ambíguos. Observa-se, por um lado, um efeito de reforço desse grupo por conta da socialização (mesmo que limitada) do rendimento dos jornalistas, uma consequência desses incentivos. Por outro, a redução fiscal é um mecanismo de enfraquecimento do grupo, principalmente porque faz com que os jornalistas tenham de se justificar profissionalmente junto à administração fiscal em casos de contestação desse desconto, ou, o que é ainda mais comum, face a um novo ator que deseja intervir na definição do mandato social dos jornalistas: o público.

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Publié-e

15-12-2015

Comment citer

Bastin, G. (2015). La « niche fiscale » des journalistes et la morphologie des mondes de l’information. Sur Le Journalisme, About Journalism, Sobre Jornalismo, 3(2), 102–115. https://doi.org/10.25200/SLJ.v3.n2.2014.186