Commentaires dans la Presse Quotidienne Régionale française en ligne et politisation du local

Auteurs-es

  • Franck Bousquet

DOI :

https://doi.org/10.25200/SLJ.v7.n2.2018.361

Mots-clés :

Presse Quotidienne Régionale,, publics, politique, participation, commentaires

Résumé

FR. Cet article examine les commentaires postés sur le site d’un quotidien régional français, à la suite des articles consacrés à une commune moyenne dans la région toulousaine, durant la campagne municipale de 2014. Il s’attache à déterminer si des créations de communautés d’interprétation politique articulant la situation locale et une montée en généralité est observable et selon quelle logique elles s’organisent. Les commentaires sont analysés en les rapportant aux situations politiques et médiatiques locales et nationales et les commentateurs sont classés selon leurs prises de positions. Deux communautés sont finalement identifiées. La première, constituée de quelques membres maitrisant parfaitement la situation locale, peut être qualifiée d’autochtone ; elle interprète les faits et leur traitement par la presse selon une grille politique partisane correspondant à l’offre électorale du territoire. Elle est constituée de lecteurs intervenant quasi exclusivement sur la page de la commune. Ils participent plusieurs fois par semaine et sont régulièrement en conflit avec la ligne éditoriale du journal. La seconde communauté, plus nombreuse, n’intervient que sur les faits divers et se désintéresse de la situation locale. La montée en généralité est cependant également présente par l’intermédiaire de schémas interprétatifs proches de ceux imposés nationalement par l’extrême droite. Ces lecteurs interviennent sur tout le site du journal et de façon systématique dès qu’un événement peut laisser la place à une interprétation s’accordant à leur parti pris idéologique. Ils utilisent ainsi tous les faits divers pour proposer une politisation de la vie publique locale à travers un prisme marqué par le racisme, suggérant que tous les actes délictueux sont le fait de personnes d’origine étrangère et réclamant des sanctions de plus en plus radicales. Ils ne s’opposent pas à la ligne éditoriale du journal mais l’utilise en profitant de sa mise en avant systématique des faits divers. Ils contournent la modération par l’utilisation de paraphrases, de litotes, de métaphores ou de sous-entendus plus ou moins transparents et imposent ainsi au quotidien une vision du monde cohérente.

 

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EN. This paper analyzes comments posted on the website of a regional French daily serving a community near Toulouse in response to articles written during the 2014 municipal election campaign. The goal is to determine whethercommunities of local political discourse are being created and if they are, how are they organized and do generalities exist. Comments and their relationship with local and national politics and media are analyzed and commentators classified according to their position. Two distinct communities can be singled out: The first, consisting of a few commentators with an excellent grasp of the local situation, can be referred to as indigenous—they inter- pret events and how media handle them through a partisan regional lens. They write several times a week and are often at odds with the editorial line of the newspaper. The second, larger, community only comments on general events and has no interest in local situations. This increase in generality is abetted by interpretive models similar to those used by the far-right on the national level. These readers are active everywhere on the newspaper’s website and systematically comment as soon as an event can be interpreted as being in line with their political ideology. In this way, they use local events to politicize local public life refracted through a racist lens in which all criminal acts are carried out by foreigners, and clamor for increasingly severe punishments. They do not oppose the newspaper’s editorial line, but rather use it as a platform for their systematic commentary on local events. They circumvent judiciousness by paraphrasing and making use of euphemisms, metaphors and innuendo in varying degrees of transparency, and in so doing create a simulacrum of a coherent world.

 

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PT. Este artigo examina os comentários postados no site de um jornal regional francês, produzidos logo após uma série de matérias sobre um distrito (“commune”) de porte médio, localizado na região de Toulouse, durante as eleições municipais de 2014. Busca determinar se os processos de criação de comunidades de inter- pretação política que articulam a situação local a um contexto mais generalizável podem ser observados, bem como o tipo de lógica na qual eles se organizam. Os comentários foram analisados a partir das relações entre as situações políticas e midiáticas locais e nacionais e a classificação dos comentaristas de acordo com os seus posicionamentos políticos. Assim, duas comunidades foram identificadas. A primeira, constituída de alguns integrantes que compreendiam perfeitamente a situação local, pode ser qualificada como autóctone; ela interpreta os fatos e o tratamento dado pela mídia de acordo com um quadro político partidário que corresponde à oferta eleitoral do território. Ela é constituída por leitores que postam comentários quase que exclusivamente na página dedicada à cobertura do distrito. Esses integrantes participam várias vezes por semana e frequentemente entram em conflito com a linha editorial do jornal. A segunda comunidade, mais numerosas, intervém apenas sobre os fait divers e não está interessada na situação local. O processo de generalização também está presente na análise por meio da utilização de esquemas interpretativos próximos àqueles impostos nacionalmente pela extrema direita. Esses leitores intervêm em todo o site do jornal e de forma sistemática, desde que um acontecimento dê abertura a uma interpretação que esteja em consonância com os seus posicionamentos ideológicos. Utilizam-se, assim, dos fait divers para propor uma politização da vida pública local sob o prisma do racismo, atribuindo a pessoas de origem estrangeira todos os fatos de caráter delituoso e reclamando sanções cada vez mais radicais contra essas pessoas. Eles não se opõem à linha editorial do jornal, utilizando-se dela em benefício de uma exposição sistemática dos fait divers. Para contornar a moderação, eles recorrem a paráfrases, lítotes, metáforas ou subentendidos mais ou menos transparentes, impondo ao jornal uma visão de mundo coerente.

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Publié-e

16-12-2018

Comment citer

Bousquet, F. (2018). Commentaires dans la Presse Quotidienne Régionale française en ligne et politisation du local. Sur Le Journalisme, About Journalism, Sobre Jornalismo, 7(2), 92–107. https://doi.org/10.25200/SLJ.v7.n2.2018.361