Journalistic Collaboration as a Response to Online Disinformation
DOI:
https://doi.org/10.25200/SLJ.v8.n1.2019.384Keywords:
Social Worlds, Journalism, Howard Becker, Anselm Strauss, Symbolic InteractionismAbstract
EN. The goal of this study is to understand how journalistic culture and practices were adapted and how they evolved during a collaborative factchecking project during the 2017 presidential elections in France. The paper explores how a sample of journalists with different backgrounds adjusted, individually and collectively, to the evolution of a complex system which tracked and exposed disinformation in a politically tense context. The research is based on semi-structured interviews with journalists and editors who participated in CrossCheck, Google representatives who funded the project and members of First Draft. A total of 18 in-depth interviews were conducted in June 2017, a few weeks after the project ended. Our findings show that, while some of the project’s partners already had strong reputations in factchecking and debunking, participants agreed that they should not compete for this type of work, and that it should in fact be conside- red a public service. All journalists who took part in the project, including those who had previously worked on factchecking and verification, reported learning new skills. Collective editorial decision-making allowed otherwise rival newsrooms to make joint decisions about what to report and what to strategically ignore. The increased cooperation between journalists from different newsrooms and the frequency and diversity of their interactions directed towards a common objective obliged them to confront their routines, professional cultures and respective editorial identities.
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FR. L’objectif de cette recherche est de comprendre comment la culture et les pratiques journalistiques ont été adaptées et comment elles ont évolué au cours d’un projet collaboratif de vérification de l’information lors des élections présidentielles de 2017 en France. L’article examine comment un échantillon de journalistes d’horizons différents s’est adapté, individuellement et collectivement, à l’évolution d’un système complexe qui traquait et exposait la désinformation dans un contexte politiquement chargé. La recherche repose sur des entretiens semi-structurés avec des journalistes et des rédacteurs ayant participé à CrossCheck, ainsi que des représentants de Google qui ont financé le projet et des membres de First Draft qui l’ont encadré. Au total, 18 entretiens approfondis ont été menés en juin 2017, quelques semaines après la fin du projet. Nos résultats montrent que, si certains des partenaires du projet jouissaient déjà d’une solide réputation en matière de vérification de l’information, les participants ont convenu qu’ils ne devraient pas se concurrencer pour ce type de travail et qu’il devrait en fait être considéré comme un service public. Tous les journalistes qui ont participé au projet, y compris ceux qui avaient déjà travaillé dans le domaine, ont déclaré avoir acquis de nouvelles compétences. La prise de décision éditoriale collective a permis aux salles de rédaction traditionnellement en compétition de prendre des décisions communes. La coopération accrue entre les journalistes de différentes salles de rédaction, ainsi que la fréquence et la diversité de leurs interactions orientées vers un objectif commun ont donné lieu à une confrontation de leurs routines, de leurs cultures professionnelles et de leurs identités éditoriales respectives.
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PT. O objetivo desta pesquisa é entender como a cultura e as práticas jornalísticas foram adaptadas e como elas evoluíram ao longo de um projeto colaborativo de verificação de fatos durante as eleições presidenciais de 2017 na França. O artigo explora como uma amostra de jornalistas com diferentes históricos se ajustou, individual e coletivamente, à evolução de um sistema complexo que rastreou e expôs desin- formação em um contexto politicamente tenso. A pesquisa é baseada em entrevistas semi-estruturadas com jornalistas e editores que participaram do CrossCheck, bem como um representante do Google, que financiou o projeto, e membros do First Draft. Um total de 18 entrevistas em profundidade foram realizadas em junho de 2017, algumas semanas após o término do projeto. Nossas descobertas mostram que, enquanto alguns dos parceiros do projeto já tinham forte reputação na checagem de fatos e seu desmascaramento, os par- ticipantes concordaram que não deveriam competir por esse tipo de trabalho, e que, de fato, ele deveria ser considerado um serviço público. Todos os jornalistas que participaram do projeto, incluindo aqueles que haviam trabalhado anteriormente na checagem de fatos e na sua verificação, relataram o aprendizado de novas habilidades. A tomada de decisão editorial coletiva permitiu que, de outro modo, as redações concorrentes fizessem decisões conjuntas sobre o que reportar e o que ignorar estrategicamente. A crescente cooperação entre jornalistas de diferentes redações e a frequência e diversidade de suas interações, assim voltadas para um objetivo comum, levaram à confrontação de suas rotinas, culturas profissionais e respectivas identidades editoriais.
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