Entre abrazos y golpes... Estrategias subpolíticas de periodistas mexicanos frente al riesgo

Resumen

Pt.

Neste artigo são apresentados os resultados de uma pesquisa de nível descriti- vo sobre as estratégias utilizados por três grupos de jornalistas no México, que surgira espontaneamente face ao contexto de violência contra esses profissionais. As agressões contra os profissionais da informação nesse país constituem um proble- ma que tem se agravado nos últimos 15 anos. Elas já resultaram na morte de mais de 80 jornalistas nesse período, somando-se a outros tipos de agressões como ameaças verbais, golpes, atentados, sequestros, desaparições e mobilizações forçadas, entre outros, o que indica a existência de uma violência permanente, sistemática e estrutural. Tal hostilidade tem levado os jornalistas afetados a se organizarem em grupos chamados de ‘redes de jornalistas’, que se utilizam do que Beck (2006) chama de ‘práticas profissionais críticas e al- ternativas. Elas estão organizadas no formado de ‘subpolítica’, pois que escapam ao escopo das causas institucionais para encontrar soluções efetivas a problemas não resolvidos pelas estruturas oficias de poder. Por meio de aproximações etnográficas, caracterizamos, neste artigo, a Red de Periodistas de a Pie (Cidade do México), a Red de Periodistas de Juárez (Cidade Juárez, Chihuahua) e o Consejo de Periodistas de la Cuenca del Papaloapan (Tuxtepec, Oaxaca), localizados respectivamente no centro, norte e sul do país. A discussão final propõe um olhar crítico em relação às condições que impedem que uma cidade mexicana efetive sua transição ruma à democracia por conta de fatores relacionados à globalização, à corrupção, ao imobilismo das elites e à existência de uma sociedade civil reduzida, o que implica em um contexto de alto risco para a prática do jornalismo.