Já nas bancas. Mediação e economia política da distribuição dos meios impressos
DOI:
https://doi.org/10.25200/SLJ.v3.n1.2014.130Keywords:
bancas de jornais, jornaleiros, circulação, distribuição da imprensa, economia política dos meios de comunicaçãoAbstract
- A expressão “já nas bancas”, no Brasil, tornou-se sinônimo de presteza e agilidade. A frase é tomada como divisa em quaisquer peças publicitárias e de merchandising da imprensa, propagando por diferentes camadas sociais a imagem da banca como extensão do sistema de imprensa. O exemplo evidencia o tratamento legado a operações de distribuição no circuito cultural, geralmente estranguladas em favor do processo produtivo e de consumo. Neste artigo, pretendo discutir a perspectiva historiográfica das teorias sociais da imprensa acerca das etapas de circulação e distribuição dos meios impressos. Minha hipótese é de que são os vendedores e distribuidores de jornais e revistas agentes de fundamental importância cultural e política para o processual jornalístico das grandes cidades, e, no entanto, seu papel na cadeia produtiva dos periódicos impressos tem sido subjugado ante a análises que se concentram nas técnicas ou no discurso jornalístico, quando muito nas cercanias dos estudos de recepção e na apropriação da cultura popular – jamais na investigação sobre esta instituição que silenciosamente tem ocupado nosso imaginário por todos esses anos: as bancas de jornais e revistas.Dessa forma, procuramos compreender o papel dos vendedores e distribuidores de imprensa como mediadores no interior de outro processo de mediação, o jornalístico. Assim fazendo, buscamos refletir criticamente sobre o espaço legado a esta problemática sob três diferentes abordagens, o olhar acadêmico, o viés jurídico-institucional e, por fim, a perspectiva econômica. Em todos os casos, a banca opera como via de escoamento para a produção jornalística da imprensa escrita, geralmente articulando o discurso à experiência de consumo, e eventualmente sofrendo pressões políticas similares às dos próprios jornalistas. Ainda assim, sua participação neste circuito, em grande medida, passa desapercebida aos olhos leigos.
- In Brazil, the expression “available at newsstands” has become synonymous with speed and flexibility. The phrase is taken as currency in advertising and press merchandising campaigns, spreading through various social strata the image of the newspaper vendor as an extension of the press system. The image underscores the treatment usually reserved for the distribution networks in the cultural circuit – i.e., smothered in favour of the production process and end-product consumption. In this submission, we adopt a historiographical perspective of social theories of the press related to the circulation and distribution of printed media. Our hypothesis states that sellers and distributors of newspapers and magazines are agents of fundamental cultural and political importance in the journalistic instrument of large cities, despite the fact that their role in the production line of print journals has been undervalued within studies that focus on technical aspects, journalistic discourse, or the reception and appropriation of popular culture. There has been very little research done on this institution that has occupied our imagination silently all these years: the newsstand. We seek, therefore, to understand the role of press retailers and distributors as mediators within another mediation process, inherent in journalism proper. Our critical reflection, therefore, will be brought to bear on this issue from three different perspectives: the academic, the juridico-institutional, and the economic. In all cases, the newsstand acts as an outlet for the journalistic output of the written press, blending discourse with the consumer experience and occasionally suffering political pressures similar to those inflicted on journalists themselves. Still, the role of the vendor remains largely invisible to the untrained eye.
- Au Brésil, l’expression « Chez votre marchand de journaux » renvoie à l’idée de rapidité et d’agilité. C’est une devise sans cesse rappelée lors de campagnes publicitaires ou de marketing de presse, répandant à travers diverses sphères sociales l’image du marchand de journaux comme extension du système de presse. Elle met en évidence le traitement réservé aux opérations de distribution dans les circuits culturels, souvent asphyxiées en faveur du processus productif et de consommation. Dans cet submission, nous abordons la perspective historiographique des théories sociales de la presse concernant les phases de circulation et distribution des médias imprimés. Selon notre hypothèse, les vendeurs et distributeurs de journaux et magazines sont des agents ayant une importance culturelle et politique fondamentale dans les rouages journalistiques des grandes villes, malgré le fait que leur rôle dans la chaîne productive des publications imprimées soit sous-estimé face à des analyses privilégiant les techniques, le discours journalistique, la réception ou appropriation de la culture populaire. Il n’y a que très peu de recherche sur cette institution qui depuis longtemps occupe silencieusement notre imaginaire : les kiosques de journaux et de magazines. Nous cherchons ainsi à comprendre le rôle des vendeurs et distributeurs de presse en tant que médiateurs au sein d’un autre processus de médiation, inhérent au journalisme lui-même. Nous portons notre réflexion sur l’espace relatif à cette problématique sous trois angles : le regard académique, la vision juridico-institutionnelle et la perspective économique. Dans l’ensemble de notre approche, le kiosque agit comme une voie pour écouler la production journalistique de la presse écrite, mêlant le discours à l’expérience de consommation et subissant occasionnellement des pressions politiques similaires à celles qu’endurent les journalistes. Néanmoins, la participation de ces vendeurs passe le plus souvent inaperçue.
Downloads
Download data is not yet available.
Downloads
Published
2014-04-15
How to Cite
Chagas, V. (2014). Já nas bancas. Mediação e economia política da distribuição dos meios impressos. Sur Le Journalisme, About Journalism, Sobre Jornalismo, 3(1), 58–69. https://doi.org/10.25200/SLJ.v3.n1.2014.130
Issue
Section
Articles
License
Copyright (c) 2023 Sur le journalisme, About journalism, Sobre jornalismo
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.